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Da ilusão da posse...

Há muito que reflito silenciosamente sobre estar com alguém. E, em verdade, não falo de namoros, casamentos...penso nisso de foma geral...os amigos, os familiares...nossos filhos...E essa reflexão começou após terminar a leitura do livro Ninguém é de Ninguém, da autora kardecista Zíbia Gasparetto.
E a partir daí, meu objeto de reflexão se aplica mesmo de forma mais concisa aos elos afetivos, seja com a namorada ou a esposa.
“Ela é minha esposa”, “Ele é meu namorado”...
Falamos isso de forma tão natural e algumas vezes o dizemos sem um sentimento de posse explícito. No entanto, faz-se mister pensar da seguinte forma: Quem define a posse? Onde se lavra a escritura de alguém em nome de outra pessoa? Quando começamos a pertencer? A ter uma etiqueta emocional que mostre que “sim ...ele é meu”?
Embora esse texto reflita um posição bem particular e pessoal, atrevo-me a compartilhá-la, ansiosa por correr o risco de ser par ou ímpar com diversas opiniões.
Não se tem alguém! Não compramos a pessoa, não desembrulhamos e colocamos na estante ou na bolsa! Não possuímos alguém! A posse não é perpendicular ao amor...Posso no máximo, conceder à ela ser um paralelo, haja vista a necessidade que a posse tem de encontrar quem a considere parte essencial de seu relacionamento. A teoria é muito linda...muito romântico, mas há que deixar claro dentro de si, que são palavras destinadas à encantar e não informar. Não decreta-se a posse de alguém.”Sou seu”, “sou sua”, deve ser encarada como uma declaração doce de carinho, de amor;mas jamais como um atestado de posse.
Não temos um namorado...estamos com o namorado...estar com alguém demonstra claramente o uso da faculdade do livre arbítrio. E isso basta, ou deveria bastar. Estar com uma determinada pessoa mostra que foi escolha sua, que você está ali porque quer, porque foi opção sua, pensar, amar, se dedicar àquela pessoa, sem no entanto, ter um cartão de ponto afetivo.
Quantas discussões, penso eu, seriam evitadas se todos estivessem com alguém; e não tivessem alguém! Penso que estar com aquela pessoa demonstra muito mais seu afeto...do que ser daquela pessoa. Porque demonstra o afeto e o respeito primeiro por si e depois pelo outro, e isso fecha uma corrente com elos mais fortes, mais transparentes e invioláveis.
Estar com alguém é contar quem é você, é deixar o outro escolher estar com você. É experimentar a verdadeira liberdade: a de ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la.
Pois o amor mais forte...é o que, consegue, ciente de sua natureza, demonstrar sua fragilidade.

1 comentários:

...................................... disse...
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